quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Cinza


De boas intenções o inferno está cheio, já dizia o velho ditado. A Terra também não escapou disso! Basta sentir e ver como a cada dia está mais difícil respirar um ar de sinceridade pelas esquinas da vida. E quando isso acontece os pulmões doem não aguentando a pureza que entra rasgando os alvéolos. 

Ingenuidade seria pensar que essa poluição iria acabar só com o nosso desejo de ter um ar mais puro e composto de paz, amor, tranquilidade etc. O que tem se lançado na atmosfera pouco garante a nossa sobrevivência.

Precisamos de ar, antes que a asfixia seja a nossa única saída, ainda que a vida nos implore uma chance...


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Convicção


Oi gente! Muito bom estar aqui novamente postando mais um texto. Inspiração é que não falta. Ando lendo bastante sobre caminhos que só podemos construir quando olhamos para o alto e para dentro de si. E olhando para dentro podemos encontrar aquela fonte escondida entre tantas coisas que ocultam a nossa água mais límpida. Olhando para o alto o infinito de possibilidades que nos cercam. Assim, podemos acreditar na liberdade contida entre céu e terra.

Encontrei em um dos livros que estou lendo a seguinte citação "as cadeias que nos amarram no Inferno são feitas da teimosa convicção de que já temos o céu" Hermógenes. Assim, falar de convicção me remete ha alguns momentos da vida de muitas pessoas que conheço e da minha propria vida onde a estabilidade das coisas nos confere a sensação de paraíso perdido que buscamos em cada dia de nossas vidas. Porém esse pseudo equilibrio nada mais é que um ciclo sucessivo de mudanças silencioso.

Mas a convicção também por vezes nos cega, não nos permite enxergar o dinamismo da vida que por si só já nos dita um ritmo e um fluxo que não podemos controlar. Dentro disso estão repousados nossos anseios, dúvidas e desejos mais íntimos.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Penumbra- Parte I


São 22:45, estou insone como sempre, embora o corpo precise de repouso, mas o que importa? Escuto o vento que sopra na copa das árvores enquanto as cortinas balançam lentamente, sinto o vento gelado que entra através da velha janela de madeira. Meu rosto se contrai. Na penumbra  procuro um vestígio daquele que um dia habitou os meus sonhos. Onde estaria o meu adorado nesse momento? As folhas das árvores promovem uma sinfonia harmoniosa e melancólica. O pensamento se encontra fixo em um único objetivo que é encontrar a minha metade. O meu senhor dos desejos e dono do meu coração gélido e triste.
De um lado do céu a lua cheia e amarelada do outro alguns raios de Sol tímidos surgindo na linha do horizonte. Enquanto o Sol não vem aproveito estes instantes para refletir sobre como posso te encontrar.
Avisto uma pequena ave pousar no galho do Salgueiro plantado por mim há séculos em frente a casa, ela trás consigo uma fita amarrada ao redor do pescoço com um pequeno envelope negro...
Caminho em direção a janela com passos muito lentos como um gato que se desloca em direção a sua presa, porém a ave voa em minha direção e pousa sobre a janela, permanecendo imóvel. Me aproximo  e com um golpe sorrateiro capturo o pequeno corvo,  negro como a noite! Arranco o envelope do seu frágil pescoço e sinto em meus dedos o pulsar do seu minúsculo coração. Solto o mensageiro que ainda assustado retorna ao velho Salgueiro e entoa um canto languido e em seguida retorna a imensidão que o trouxe até aqui.